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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Viagem das Mãos


A viagem das mãos:
Táctil amor tácito
intacto amor poroso-
à flor da pele -
imprime o gesto,
o calafrio-arrepio...

O Amor eriça o Prazer
atiça o desejo no beijo
ascende à fantasia
quando acende a luz do espírito
e aviva a brasa do coração
que desliza entre os lençois...

A viagem dos dedos
nas reentrâncias do corpo:
O pêlo, o apelo, o apego pela pele
o apuro nas pontas dos dedos.
A prestidigitação da amante e a ilusão do fogo:
Eros brinca na pirotecnia das amantes...
Bacantes entrelaçadas
alçadas às borilações
O falar lésbio na ponta da língua.

A viagem das digitais - mapa do delírio -
desbravando a geografia fêmea,
uma trilha rósea, úmida e quente.
A gentileza do amor cego
guiando as mãos, guiando os dedos
na leitura do sagrado, na poesia da pele:
anagliptografia - suor e pele.

- Rumo à safra em que me Safo
( o Amor diria )
eis a flor desabrochada!

Efêmera fêmea e fêmea...

Tocar o tesouro das gostosuras
as pedras brihantes, o olhar de amante,
a Safira - tocar safira...
Sáfica Safira safada!
Erétil herege,
o dedo alongado em fermata:
uma espiã na casa do Amor.

No ponto G do gemido
um oceano abunda
e transborda o momento
e rasga os lençóis e enxarca,
e obriga o corpo estérico e cansado
ao exausto, exangue, exaurido

SILÊNCIar



23/01/2008

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