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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

OVENÇA ( ovelheiro )



Ele


assim tão só
tão púbere
tão imberbe
Lolito
nessa primavera à flor do sexo



Eu


assim assaz
tão mau tão Lobo
amando e desrespeitando
COMO
convém ao pastor e à sua ovelha
na hora da ceia:


- Amem!!!



10.07.2001

A Lua na Sarjeta




A lua na sarjeta,
nua trama vil.


Teu peito, teu flanco:
blanc , blanco, bianco!


Áporo, apuro, poro,
punho, punheta.


Teu dorso de marfim,
glúteo-glosa:
lua branca, branca, branca...


Eu, você e a vaga rua:
todo o tudo em mim agora.

Amores desmontáveis
de supermercado.


O amor nega seu nome.


Quanto valem teus culhões,
teu play ground, tuas diversões?!


Agita o dorso, abre tuas coxas...


Lapida, a lépida lua,
as gotas desse gozo de aluguel.


Penetra noite adentro,
o pau da hora,
no talo do teu segundo!


Fúria de um coração selvagem...


Eu gosto desse amor que dói!
( dois homens apaixonados )
Nele me consumo, me consolo,
pelo gasto, pelo gosto, pelo gesto, pelo sumo.


Amores descartáveis,
nesse tempo capital!
Troco sempre os teus nomes
por um quarto de metal!



Mexe, me enxerga, me chama michê...


A lua contábil sabe hábil

o álibe e a libido
dessas noites nas calçadas,

nas esquinas,

na sarjeta...





17.10.2006




BÁRBARO







Deixa eu te empalar com meu desejo,
abrir o teu ferrolho para o duro viver!
Ver o puro olho piscar diante do ensejo,
sobejo dos lábios no estoque do poder.



Deixa imolar em gostosura o teu cordeiro,
sacrificar essa inocência, comer-te a tato!
Varar noite adentro no templo, desordeiro,
sobre músculos, tríceps, bípede de quatro!



Em teu aro, arúspice raro: eu!, adentranho,
cúspide,tua entranha adentro...sacer.dote!
Oráculo do futuro, epicureu! Faturo ouro,
minha vítima!, nesse fogo aréu, incêndio
...



O prazer é todo nosso!Tua dor meu delírio,
meu delito teu fulgor! Brilhas! Ferro brasa!
Teu algoz: galgo, gozo!Teu amor,deixa ser!



Deixa que te entre,num doce suplício de lírio
e espada, ser teu homem, meu menino! Casa
nossos corpos, invadidos, em exausto fenecer.



Silvio Torres



25.10.2006

XIBIU



A flor baixa
se encaixa
abaixo do eco-ardor:
Gruta-flor, greta frutífera, beco familiar...
Boca que en.canta o mundo:
xibiu.
Caverna platônica:
onde assombra vida e morte.
- Flor baixa, te enculcas por tulipa!
És a um só tempo
templo e tótem:
sagrada e profana.
Ufanas e afanas
gozos múltiplos:
a delícia em ecos!
Vulva, úvula, válvula:
escape e escopo.
Lavoura fulva de trigais...
Ais de horas! Ás de Eros.
Delta de Vênus,Anais do ânus!
Ainda que seca, ainda que sulco,
ainda que oca,
ainda que oculta
-ainda assim-
meus grandes lábios
salivam por ti!!!
Silvio Torres
11.10.2006