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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

BÁRBARO







Deixa eu te empalar com meu desejo,
abrir o teu ferrolho para o duro viver!
Ver o puro olho piscar diante do ensejo,
sobejo dos lábios no estoque do poder.



Deixa imolar em gostosura o teu cordeiro,
sacrificar essa inocência, comer-te a tato!
Varar noite adentro no templo, desordeiro,
sobre músculos, tríceps, bípede de quatro!



Em teu aro, arúspice raro: eu!, adentranho,
cúspide,tua entranha adentro...sacer.dote!
Oráculo do futuro, epicureu! Faturo ouro,
minha vítima!, nesse fogo aréu, incêndio
...



O prazer é todo nosso!Tua dor meu delírio,
meu delito teu fulgor! Brilhas! Ferro brasa!
Teu algoz: galgo, gozo!Teu amor,deixa ser!



Deixa que te entre,num doce suplício de lírio
e espada, ser teu homem, meu menino! Casa
nossos corpos, invadidos, em exausto fenecer.



Silvio Torres



25.10.2006

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